O 12º Informe do Observatório de Conflitos Mineiros no Peru divulgado na semana passada revelou que 21% do território peruano, ou 26 milhões de hectares, estão concedidos para a exploração mineira. Para chegar a esta conclusão, cinco regiões foram monitoradas: Apurímac, Cusco, Cajamarca, Piura e Junín. Este é o sexto ano consecutivo que as organizações Grufides, CooperAcción e Fedepaz publicam os resultados dos monitoramentos semestrais de conflitos mineiros no país.
Das cinco zonas monitoradas, Apurímac é a que tem a maior área concedida para a exploração mineira (64,8%) revelando assim um aumento de 6% nas concessões em relação ao ano passado. Nesta zona, a província de Cotabambas está quase totalmente tomada pela mineração, com 97,83% de sua área concedida para o setor que tem demonstrado cada vez mais interesse na exploração de minérios.
Em seguida, aparece a região de Cajamarca, onde está localizado o projeto Conga e zona conhecida pelos conflitos entre empresas mineradoras e indígenas, com 44,8% de seu território concedido para a mineração. 90,17% do distrito de Bambamarca também estão destinados para as atividades. Ao contrário do que se pensava, o relatório revela que o projeto Conga continua em desenvolvimento com a construção do reservatório Caillaguón.
Em terceiro lugar vem a região de Piura, que tem 31% do seu território ocupado por mineradoras. Em Piura, a reativação do projeto Tambograde pode reativar também a atividade extrativa. 26,9% da zona de Junín está concedida para a exploração mineira, com destaque para a província de Morococha que detém 69,92% das concessões.
De todas as regiões, Cusco apresentou o menor percentual (23%) de território concedido. A concentração das atividades mineiras nesta zona é na província de Chumbivilcas. Um informativo do Ministério do Ambiente comprova que existe contaminação associada à atividade mineira Xstrata Tintaya na província de Espinar. 100% dos moradores da região estão expostos à presença de metais.
Além de mostrar a tomada da mineração no país, o relatório também demonstrou que a Lei de Consulta Prévia aos povos indígenas não tem sido obedecida, apesar de valer há quase dois anos, facilitando, assim, os conflitos que aconteceram, principalmente, em Cajamarca e Apurímac. Devido à expansão dos investimentos do governo no setor mineiro, a previsão é a de que os conflitos entre mineradoras e povos nativos continuem. Em maio deste ano foram registrados mais de 200 conflitos vinculados ao meio ambiente, mineração e hidrocarburos.
Na última segunda-feira (22), quando foi celebrado o Dia mundial contra a mineração, povos de todo o planeta realizaram uma Jornada Internacional de Resistência com o objetivo de protestar contra a atividade mineira contaminante que se apropria e contamina a água e invade territórios violando direitos das populações locais.
Fonte: Adital
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